segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Abstenções, votos brancos e nulos somam 32,5% do eleitorado do país


Votos brancos e nulos chegam a 3,6 milhões, diz Tribunal Superior Eleitoral.
Cerca de 7,1 milhões de eleitores não compareceram às urnas no 2º turno.

Bernardo Caram e Renan Ramalho Do G1
Votos brancos, nulos e abstenções (Foto: Arte/G1)
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou na noite deste domingo (30) que o número de eleitores que não compareceram às urnas no segundo turno das eleições municipais, somado aos votos brancos e nulos, foi de aproximadamente 10,7 milhões de pessoas.
Neste ano, 57 cidades tiveram segundo turno, número superior ao de 2012, quando 50 muncipíos passaram por uma segunda rodada de votações. Entre uma eleição e outra, o número de eleitores que foram às urnas nessa etapa cresceu 3,97%.
O número, segundo o tribunal, corresponde a 32,5% dos 32,9 milhões de eleitores aptos a votar neste domingo. No segundo turno das eleições municipais de 2012, o número foi menor, de 8,4 milhões (26,5% dos 31,7 milhões de eleitores).
O total de abstenções neste domingo foi de quase 7,1 milhões de eleitores (ou 21,6% do eleitorado). O número de votos brancos ficou em aproximadamente 936 mil (4,28% dos votos). Os votos nulos somaram 2,7 milhões (12,41% dos votos).
Já em 2012, o número de abstenções foi de cerca de 6 milhões (19,11% dos eleitores). O número de votos brancos naquele ano foi de 834 mil (3,58% dos votos). Os votos nulos naquele ano somaram 1,5 milhão (6,54% dos votos).
Com o aumento das abstenções e dos votos brancos e nulos, o total de votos válidos no segundo turno caiu 4,5% em 2016, em relação a 2012.
No Rio, por exemplo, Marcelo Crivella (PRB) venceu com 1,7 milhão de votos. Segundo o TSE, 150 mil eleitores votaram em branco e outros 570 mil anularam o voto.
Abstenção no segundo turno das eleições de 2016 (Foto: Arte/G1)
Na avaliação do presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, há um “estranhamento” entre o eleitor e os políticos que o representam. “Alguma coisa se traduz nessa ausência ou também na opção pelo voto nulo”, disse, em coletiva de imprensa.
Mendes ponderou que não se deve supervalorizar o número de ausentes, já que “impropriedades” podem ser encontradas na contagem dos eleitores. “Onde tem biometria, temos índice menor de abstenção. Pessoas que mudam de cidade sem mudar o domicílio eleitoral, isso acaba contaminando os dados”, afirmou.
De acordo com o ministro, o cadastro da Justiça Eleitoral não exclui eleitores que faleceram desde maio deste ano. “Não está atualizado”, explicou Mendes.
Para o presidente do TSE, é equivocada a avaliação de que o elevado índice de abstenções se deve ao fato de o voto ser obrigatório. “Não há dificuldade para se fazer justificativa. A multa que se aplica é quase simbólica, está em R$ 3”, afirmou.
Para ele, tornar o voto facultativo no país seria como “checar se tem gasolina no tanque acendendo o fósforo”. O ministro usou como exemplo o Chile, onde o voto deixou de ser obrigatório e que registrou elevadas taxas de abstenção nas últimas eleições.
Votos brancos e nulos no 2º Turno das eleições de 2016. (Foto: arte/G1)
Classe política
No primeiro turno, o alto índice de abstenções e votos anulados causou repercussão entre os principais políticos do país. O presidente da República, Michel Temer, chegou a afirmar que o número era um recado da população à classe política.
Já o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que a prioridade do Congresso deveria ser uma reforma política "profunda". Para ele, caso os parlamentares não aprovem mudanças no sistema eleitoral, a política vai se desgastar cada vez mais.

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