domingo, 24 de julho de 2016

Presídio de Caruaru tinha 1.542 presos acima da capacidade, diz sindicato




Seis mortes foram confirmadas durante rebelião em Caruaru, segundo Seres.

João Carvalho diz que superlotação atrapalha trabalho dos agentes penitenciários (Foto: Reprodução/TV Asa Branca) 
João Carvalho diz que superlotação atrapalha trabalho dos agentes penitenciários no presídio de Caruaru (Foto: Reprodução/TV Asa Branca)
O presidente do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária, João Carvalho, disse que o presídio Juiz Plácido de Souza em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, tinha 1.542 presos acima da capacidade. Detentos se rebeleram no sábado (23) e seis pessoas morreram, de acordo com a Secretaria Executiva de Ressocialização.

Carvalho, em entrevista à TV Asa Branca, afirmou que havia 1.922 detentos na unidade, que tem capacidade para abrigar 380. "Tem seis ou sete [agentes penitenciários] quando era para ter 80", explicou o presidente do sindicato. Ele detalhou que os agentes se sentem prejudicados "pelas condições mínimas de trabalhar em uma unidade com uma superpopulação carcerária".
Segundo ele, além da superlotação, outro problema do presídio em Caruaru é a presença dos "chaveiros". Ele explicou que os chaveiros (presos que cuidam de celas e ficam com as chaves de alguns setores) dificultam o trabalho dos agentes penitenciários.
"Se não tivessem os 'chaveiros' não teriam esses problemas de presos ganhando dinheiro em cima de outros presos. Eles [os chaveiros] têm o controle do tráfico e da prostiuição dentro do presídio, porque têm mais poder do que os outros", afirmou João Carvalho.

Rondas no presídio
O comandante do 4º Batalhão, tenente-coronel Roberto Galindo, disse que a Polícia Militar vai realizar rondas no presídio. "Apesar da situação de normalidade vamos manter esse reforço. Eles [os presos] entregaram alguns materiais, como paus, pedras e facões artesanais", afirmou.

Reunião com a OAB
A Ordem dos Advogados do Brasil seccional Caruaru informou ao G1 que mais treze presos de alta periculosidade foram transferidos para o presídio de Canhotinho, no Agreste. A Seres informou em nota, no domingo (24), que outros onze detentos já tinham sido transferidos.

O presidente da OAB em Caruaru, Felipe Sampaio, afirmou que será feito um mutirão para analisar os processos dos presos e avaliar quais deles já podem sair da unidade prisional.
Seis pessoas morreram na Penitenciária Juiz Plácido de Souza, diz IML (Foto: Magno Wendel/TV Asa Branca) 
Seis pessoas morreram na Penitenciária Juiz
Plácido de Souza (Foto: Magno Wendel
/TV Asa Branca)
IML confirma seis mortos
O Instituto de Medicina Legal em Caruaru confirmou ao G1 na manhã deste domingo (24) que seis pessoas morreram durante a rebelião na Penitenciária Juiz Plácido de Souza. O IML informou que os corpos ainda estão sem identificação e as causas das mortes são desconhecidas.
A Secretaria Executiva de Ressocialização informou por meio de nota que "há registros de seis mortes".  Onze feridos, segundo a Seres, foram levados ao Hospital Regional do Agreste, três deles já retornaram à unidade.
Em nota, o tenente-coronel Roberto Galindo disse que não houve fuga e a situação é considerada estável no presídio. A PM esclareceu que alguns vídeos estão sendo divulgados - de forma criminosa - nas redes sociais como se fossem em Caruaru.
"No presídio só temos efetivo extra, ou seja, o policiamento ostensivo na cidade de Caruaru não foi afetado. Pelo contrário, foi reforçado com Guarnições de cidades vizinhas, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Civil", informou a nota da Polícia Militar.
 

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