quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Julgamento do Caso Serrambi ainda pode ser anulado. Entenda

Adolescentes de classe média do Recife foram encontradas mortas em 2003. Ninguém foi condenado pelos crimes
Adolescentes de classe média do Recife foram encontradas mortas em 2003. Ninguém foi condenado pelos crimes
Mistério que se arrasta há mais de 13 anos, o “Caso Serrambi” ainda está longe de um desfecho. Julgados e absolvidos em 2010 pela acusação de terem estuprado e assassinado as adolescentes Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão, os irmãos kombeiros Marcelo e Valfrido Lira ainda aguardam o fim dos prazos para recursos. Familiares de uma das vítimas recorreram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que o resultado do júri seja anulado e para que os kombeiros voltem ao banco dos réus.
O emblemático Caso Serrambi voltou a repercutir após a Polícia Civil confirmar a prisão de Marcelo Lira na noite dessa terça-feira. Desta vez, ele foi preso sob suspeita de receptação e adulteração do sinal identificador de uma kombi. Ele estava sendo investigado há cerca de um mês. A polícia afirmou que o veículo usado pelo suspeito era roubado. Ele foi encaminhado ao Centro de Triagem (Cotel).
Marcelo Lira estava em liberdade desde 2010, quando, junto ao irmão, foi considerado inocente pela morte das duas adolescentes que sumiram da Praia de Serrambi, no Litoral Sul de Pernambuco, em maio de 2003.  Os pais das vítimas e os promotores de Justiça Ricardo Lapenda e Salomão Abdo Aziz recorreram da decisão, alegando, entre outros argumentos, que havia proximidade entre os réus e alguns dos jurados.
No início deste ano, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decidiu por unanimidade não anular o julgamento. Os advogados da família de Tarsila decidiram apelar ao STJ. Ainda não há prazo para julgamento do último recurso. O caso segue sob sigilo.
Desde o início das investigações, o caso foi cercado por polêmicas. O então promotor de Ipojuca, Miguel Sales (falecido em 2014), não concordava com os resultados apresentados pela Polícia Civil. Tanto que a Polícia Federal chegou a participar das investigações por duas vezes. Em todas, os kombeiros foram considerados culpados pelos assassinatos das jovens de classe média do Recife.
Se for apreciado pelo Supremo Tribunal de Justiça e o resultado do júri popular for anulado, o caso ganhará um novo capítulo. O processo voltará ao Tribunal de Justiça de Pernambuco e uma nova data para o julgamento de Marcelo e Valfrido Lira terá que ser marcada.

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