segunda-feira, 13 de julho de 2015

Um Pouco de História : Severino Pereira da Silva



Continuando nossa série um pouco de história ......
Após 15 anos a frente da Alves de Brito e Cia. Do Rio de Janeiro, recebe uma proposta que iria mudar a sua vida. Em 1932, devido a entrada de Vargas no poder, muitas fábricas se endividaram e acabaram passando para as mãos de inúmeros bancos. Estes, por sua vez, fazem uma oferta a Pereira da Silva – adquirir a Fábrica de tecidos Sapopemba, no distrito de Deodoro no Rio de Janeiro.
Na administração de sua primeira fábrica, passa por situações difíceis no começo da administração, pois havia empregado muito dinheiro na transação, sendo assim, obrigado a morar praticamente dentro da fábrica, no subúrbio do Rio. Talentoso Conseguiu equilibrar a empresa, aumentar a produção e o número de funcionários, que quando entrou trabalhavam em turno único e após as melhorias passaram a trabalhar em três turnos.
Com este êxito todo, recebeu pouco tempo depois uma nova proposta: a de comprar a Companhia Manufatura Fluminense Niterói. Após muito pensar e estudar a proposta, a Cia. Manufatura Fluminense se tornou a segunda fábrica de Pereira da Silva. Pouco tempo depois, se desfez da Fábrica de Tecidos Sapopemba, comprando a Companhia Aliança Industrial, no Rio de Janeiro, e em seguida, vende a Companhia de manufatura Fluminense. Sua primeira ideia, ao comprar a Cia. Aliança era fazer a mesma coisa que havia feito em Sapopemba: reerguer a fábrica quase falida e reestruturá-la. Contudo, ele se deu conta da valorização pela qual passava a área onde estava implantada a fábrica, ocorrendo então à ideia de realizar um empreendimento imobiliário ao invés de investir na indústria. Logo vende todo o maquinário da fábrica e inicia a demolição da mesma. Constrói em seu lugar um grande loteamento, com 1000 lotes e 13 edifícios residenciais com todos os padrões de higiene, saneamento e salubridade. Nascia então o bairro Jardim Laranjeiras, sendo que todos os edifícios receberam nomes de cidades pernambucanas e todos puderam ser adquiridos mediante financiamento da Caixa Econômica Federal.

FÁBRICA ALIANÇA

(A foto de hoje mostra a Fábrica Aliança, construída na década de 80 do século XIX e que foi desativada em 1937. Ficava em Laranjeiras, na região da atual Rua General Glicério. Contava com mais de mil funcionários.
Com a desativação da fábrica toda a região foi loteada, se transformando num dos melhores recantos da cidade, com um urbanismo muito interessante.
Como conta o Decourt, com o fechamento da fábrica o enorme terreno foi transformado num loteamento conhecido como Jardim Laranjeiras, sendo o responsável por isso o último proprietário da manufatura, Severino Pereira da Silva, que vislumbrando o alto valor fundiário das terras onde a fábrica se encontrava achou melhor negócio encerrar as atividades industriais e iniciar as imobiliárias.
O conjunto edificado mais marcante do novo loteamento é o conjunto de prédios ao longo da Rua General Glicério após a Praça Jardim Laranjeiras. São edifícios altos afastados um dos outros, deslocados de junto da via pública por jardins e acessos para carros e já com forte flerte no modernismo.
A lembrança deixada da enorme fábrica que existia no local é o conjunto edificado na Rua Cardoso Júnior, com casas que faziam parte da vila operária da Companhia Fiação e Tecidos Aliança, como aliás acontece em vários lugares da Zona Sul, onde as vilas operárias são as guardiãs de um pouco conhecido passado industrial de vários caros endereços. Fonte :  Blog Saudades do Rio)

Mas, a reviravolta em sua vida iria acontecer pouco tempo depois, quando o “Seu Pereira” passa a voltar seus olhos para o estado de São Paulo. E, após nova proposta de seus contatos bancários, recebe uma oferta para adquirir uma Companhia têxtil, localizada no interior de São Paulo, mais precisamente a 92 km da capital, conhecida como “Manchester Paulista”. Controlada por bancos desde depois da morte do patriarca Kenworthy, a CNE – Companhia Nacional de Estamparia foi oferecida a Pereira da Silva em 1939, ele vai conhecer a empresa e demonstra sua destreza para os negócios. Ao verificar as instalações do grupo CNE, concluiu que somente com o estoque poderia saldar o valor de compra pedido pelos bancos. Ë aí que a CNE passava das mãos da família Kenworthy para as mãos de Severino Pereira da Silva.
A Estamparia foi oferecida a Pereira da Silva em 1939, ele vai conhecer a empresa e demonstra sua destreza para os negócios. Ao verificar as instalações do grupo CNE, concluiu que somente com o estoque poderia saldar o valor de compra pedido pelos bancos. Ë aí que a CNE passava das mãos da família Kenworthy para as mãos de Severino Pereira da Silva.




Em 1994, a fábrica foi fechada e, em 1999, adquirida pelo Grupo Pão de Açúcar que a adaptou para abrigar o atual Hipermercado Extra.




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