domingo, 3 de maio de 2015

ONG pernambucana ajuda professores a financiarem projetos educativos

Margarida Azevedo

Caio, Luiz Paulo, Luiza, Pedro e Débora estão à frente da entidade. / Foto: Sérgio Bernardo /  JC Imagem

Caio, Luiz Paulo, Luiza, Pedro e Débora estão à frente da entidade.

Foto: Sérgio Bernardo / JC Imagem

Professores de história, Pedro Dantas e Luiz Paulo Ferraz estudaram juntos na faculdade. Numa conversa despretensiosa, em 2013, Pedro comentou com o amigo sobre a vontade de criar um instrumento que ajudasse docentes a viabilizar projetos, a incrementar suas aulas. Ali foi o embrião do que hoje é a organização sem fins lucrativos somosprofessores.org. Por meio de uma plataforma online, arrecadam recursos, em doações voluntárias, para custear as iniciativas de mestres de escolas públicas pernambucanas. A proposta, destacam, é “encurtar a distância entre as pessoas que sonham com a melhoria do ensino público e as que têm o poder de tornar isso realidade: os professores”.

“Pretendemos valorizar o trabalho do professor da escola pública, incentivá-lo, encorajá-lo”, destaca Luiz Paulo, vice-presidente da organização. “O que está faltando para enriquecer sua aula, além da força de vontade? Como podemos contribuir para tirar o projeto do papel? São essas perguntas que fazemos”, complementa Pedro, presidente da somosprofessores.org. O nome da entidade é uma provocação. Para eles, quem ajuda a educação, mesmo sem formação em magistério, também é professor. “Ao ajudarmos o ensino, nos tornamos peças fundamentais desse processo”, ressaltam.

O funcionamento da plataforma é simples. O docente acessa o site, se cadastra e inscreve o projeto. Tem que descrever o que pretende fazer, do que necessitará e, principalmente, como a iniciativa vai impactar positivamente no aprendizado e na vida dos alunos. Feito isso, a equipe da ONG avalia o projeto, entra em contato com o professor, levanta orçamento do material solicitado por ele e coloca na página online para que comece a arrecadação. Estipula-se também prazo para repasse do dinheiro.


Os doadores poderão contribuir com qualquer valor. Na plataforma, há um resumo dos projetos para escolher. O pagamento pode ser por transferência bancária, cartão de crédito ou boleto. Uma das diferenças desse financiamento em relação a outros (chamado de crowdfunding) é que o professor não receberá o dinheiro. Terá o material que pediu.

“Prezamos pela transparência. No orçamento, está detalhado quanto vai custar cada item solicitado, com o nome da loja onde será comprado. Se o projeto for financiado, faremos prestação de contas. Se não for, os doadores receberão de volta os valores exatos de suas contribuições”, observa Pedro.

Para tocar a entidade, Pedro e Luiz Paulo contam com a ajuda de Luiza Dantas, psicóloga e irmã de Pedro, e Débora Duque, jornalista e noiva de Luiz Paulo. Também estão Caio Dounis (engenheiro de software), Victor Correia (contador) e Hélio Lemos (estudante de direito), amigos do grupo. Eles convidaram pedagogas experientes para ajudá-los: Vera Lúcia Anderson, do Instituto Capibaribe; Maria Lúcia Salazar, do Colégio Conviver, e Dulce de Queiroz Campos, avó de Pedro e Luiza e ex-diretora do Colégio de Aplicação da UFPE

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