segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Lembra dele ? Rob Gol esteve em Taquaritinga no último domingo

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O paraibano José Robson do Nascimento, o Robgol, vestiu as camisas de Náutico, Internacional, Bahia, Botafogo, Sport, Santos e até atuou no futebol japonês. Mas o atacante que tinha faro de gol se tornou ídolo mesmo foi na história recente do Paysandu. As duas passagens pelo clube paraense foram tão marcantes que o ex-jogador reside até hoje em Belém, onde se elegeu deputado estadual em 2006, se dividindo entre treinos na Curuzu e idas até a Assembleia Legislativa do Pará – palco de uma curta e polêmica vida política, da qual logo desistiu. Hoje, tenta seguir a vida como agente de jogadores e não cansa de relembrar seus melhores momentos.
Um deles foi em 2005. Naquele ano, o Brasileiro da Série A foi marcado pelo equilíbrio. O campeão, os rebaixados e os classificados para a Taça Libertadores só foram decididos na última rodada. Outra briga acirrada foi pela artilharia da competição. Dois veteranos da bola brigaram até o último jogo para se tornar o goleador, título que ficou com Romário. Sobre esse assunto, no entanto, Robgol ainda mantém a “pulga atrás da orelha”. E classifica como “estranha” a vitória do Vasco na última rodada.
Robgol vive em Belém desde que se aposentou, em 2007 (Foto: GLOBOESPORTE.COM)Robgol vive em Belém desde que se aposentou, em 2007 (Foto: GLOBOESPORTE.COM)
Na época defendendo as cores do Paysandu pela segunda vez, Robgol, agora com 44 anos, iniciou a última rodada da competição com 21 gols, um a mais que o Baixinho. O Papão já estava rebaixado à Série B e tinha pela frente o Flamengo, no Mangueirão, mas acabou goleado pelo time carioca por 4 a 1. O meio-campista Rodrigo assinalou o de honra para os paraenses. Por outro lado, o Vasco recebeu o Paraná em São Januário, e Romário marcou duas vezes de pênalti, se isolando na artilharia aos 39 anos.
– No último jogo do Campeonato Brasileiro, foram dois pênaltis para o Vasco. Ele converteu dois gols e me passou. Não posso falar que houve marmelada porque não sei, mas foi muito estranho. Durante o segundo turno, marcaram apenas um pênalti para o Paysandu. Nem falta perto da área eles (arbitragem) davam. Mas, de qualquer forma, foi um privilégio disputar uma artilharia com o Romário. Eu acredito que ele fez mais de dez gols de pênalti nesse campeonato – disparou Robgol.
 Jogávamos eu e o Rafael Moura no ataque, e não deu certo, éramos dois jogadores de área. Depois que ele entrou no time, quando se recuperou de uma lesão, fiz apenas um gol, contra o Fortaleza. Foi o único que o Rafael me deu. De resto, ficou nítido que ele sempre quis marcar o gol e levar a fama. E essa imaturidade em querer aparecer me prejudicou muito. Na carreira, todo jogador tem que ter paciência. No fim, ele pediu desculpas – comentou.Além da partida que considera suspeita, o ex-jogador afirma que teve de enfrentar a “ganância” de Rafael Moura, seu então companheiro de ataque no Papão. Robgol recorda que ficou nove rodadas sem balançar as redes, justamente no período em que teve de dividir a pequena área com o atual jogador do Internacional. Segundo ele, mesmo depois de oferecer R$ 1 mil aos companheiros em caso de assistência, em lances claros em que estava melhor posicionado, o He-Man não tocava a bola e preferia arriscar o chute.
Vida boa em Salvador
Robson Nascimento ganhou a vida que pediu a Deus na Bahia. Em 2001, depois de uma passagem apagada pelo Botafogo, o jogador recebeu o convite de Evaristo de Macedo para defender o Tricolor de Aço. A negociação foi rápida, e dias depois o atacante desembarcaria em Salvador para disputar uma vaga no time titular com Nonato e Sergio Alves, dois goleadores natos. Mas o ex-jogador não se intimidou, e o trio acabou conquistando a torcida baiana com gols e títulos importantes para a equipe nordestina. Virou “xodó”.
– Um dia, o Evaristo (de Macedo) me ligou e fez o convite. Dias depois, o Paulo Maracajá, presidente do Bahia na época, me ligou e negociou com meu empresário. Fui campeão baiano no mesmo ano, bicampeão do Nordeste (em 2001 e 2002) e um dos artilheiros, quase empatado com o Nonato e Sergio Alves. Todo mundo fazia gol. Nossa parceria dava certo, apesar de todo mundo ser de área. Lembro que o Sergio fez 12, o Nonato, 11, e eu, dez gols. Nosso time dava trabalho. Pena que o Evaristo saiu.
Robgol logo virou ídolo da torcida do Paysandu (Foto: Nelson Coelho/Agência O Globo)
Fora das quatro linhas, Robgol vivia como um rei. Morava em uma cobertura de frente para o mar, andava de carro importado, aproveitava a noite baiana, tinha um salário acima da média, e o ciclo de amizades era grande - incluía os rodados meio-campistas Alex Oliveira e Preto Casagrande, além do ainda menino Daniel Alves, na época com 18 anos. Porém, a relação mais forte era mesmo com o parceiro de quarto, de quem Robson acobertava algumas saídas depois dos jogos do Bahia.
– Vivia como eu sonhava em Salvador. Era ídolo da torcida, morava numa cobertura na praia, e minha vida era bancada pelo Bahia. Estava estabilizado. Só gastava dinheiro com roupa e fazendo minhas festas de solteiro, mas de forma controlada. Já o Nonato era mais danado. Depois dos jogos, ele chegava no hotel, mudava de roupa e ia para a noite. No outro dia, ele não ia ao treino, e o Candinho me perguntava se ele tinha saído, pois éramos companheiros. Mas, pela amizade que tínhamos, sempre negava. Até que o Candinho nos mudou de quarto.  
Paysandu e Santos: marcantes
Robgol não emplacou no Santos de Robinho e Diego (Foto: Agência Estado)
Pelo Papão, paixão eterna. Já pelo Peixe, a lembrança de bons amigos. É desta forma que Robgol enxerga sua trajetória nos dois clubes com os quais mais se identificou. Histórias? Isso não falta. De saída do Bahia, o ex-atacante conta que, por pouco, não desistiu de se apresentar ao time de Belém e chegou a perder o voo de propósito. Entre os motivos, além de uma namorada que balançara o coração do artilheiro, a saudade de amigos e familiares se tornou o maior dos problemas.
– Eu recebi a passagem para seguir para Belém, mas não estava com a mínima vontade de embarcar. Já conhecia a cidade, porque joguei a Copa dos Campeões e tinha ficado uma semana, mas não queria ir naquele momento. Então eu perdi o voo e liguei para o presidente (Artur Tourinho), que me chamou de louco e mandou eu esperar, que ele iria dar um jeito, como deu. No caminho, que passou por Recife e Fortaleza, em cada parada do avião, era um choro de saudade de tudo que estava deixando em Salvador.
Depois do estouro no Papão, o jogador foi para o Japão e ganhou ainda mais dinheiro. Ele recorda com saudosismo do país e da estrutura do Oita Trinita, mas conta outra curiosidade.
– A proposta era tão boa que me esqueci de perguntar a situação do time lá (a equipe estava entre os últimos colocados da Liga Japonesa). Se soubesse, nem tinha saído do Paysandu, até mesmo pela temporada, que não foi boa. Fiz alguns gols e depois fui para a reserva. Alguns clubes quiseram me contratar depois, mas não me liberaram. Fiquei por lá. Estava bem de qualquer jeito. Ganhava um caminhão de dinheiro e vivia num país maravilhoso. Pensei em ficar por lá a minha vida inteira.
Quando se transferiu para o Santos, Robson viveu outras boas experiências. A amizade com o técnico Leão e com a dupla Robinho e Diego foi a principal delas. Por outro lado, o jogador passou por dificuldades extracampo quando a filha nasceu prematuramente e o obrigou a viajar semanalmente para vê-la no hospital.
– No Santos, a parceria com o Robinho e Diego foi legal demais. Os meninos me ajudavam da melhor forma. O grupo em si era muito legal. Nessa época tive um problema com a Luiza, minha filha que nasceu prematura. Nisso, treinava e ia para o Rio de Janeiro vê-la. Passei por uma seca de gols. Quando marquei, a alegria dos meninos era contagiante. E tinha o Leão, que também me entendia e dava todo o suporte para mim.
“Vestibular” no Inter
Quando chegou ao Internacional, em 1997, Robson teve que prestar vestibular. Pelo menos foi como a imprensa gaúcha intitulou a briga por duas vagas no ataque do Colorado, que era treinado por Celso Roth. Os concorrentes eram de peso: Washington, o Coração Valente, Alberto, ex-Santos, e Christian, que depois chegou a atuar com a camisa da Seleção.
– Cheguei ao Internacional machucado, com dificuldades. Lá, éramos eu, Washington, Alberto e o Christian. Joguei apenas uns quatro jogos e marquei um gol. A imprensa inventou esse negócio de vestibular, mas não existia briga. Era tudo saudável, e todos nós éramos amigos. Minha passagem pelo Colorado foi curta demais.
– Comecei no Náutico, em 1987, onde fiquei por 11 anos. Fui emprestado algumas vezes, mas sempre voltava. Por ser um jogador da terra, não tinha muito prestígio e era mantido no banco. Mesmo assim, fui artilheiro do time no Campeonato Brasileiro. Fui para o Mirassol, do interior de São Paulo, joguei no Potiguar, no Mac, do Maranhão, onde fui campeão e artilheiro com 19 gols. Em 1996, retornei novamente ao Náutico, onde o Levi Gomes, técnico da época, me deu chance. Fui artilheiro do Campeonato Pernambucano. Tenho muito carinho pelo Náutico.O jogador também não esquece o começo da carreira no Náutico, clube por onde também marcou muitos gols. Foram 11 anos no Timbu, títulos e alguns empréstimos.

G1

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