domingo, 17 de agosto de 2014

MORTE DE EDUARDO DEIXA FAMÍLIA ARRAES SEM QUADRO POLÍTICO NO MOMENTO

Herdeiro. Ao filho mais velho, João Campos, falta ter passado por um processo de imersão ao lado do pai, a exemplo de outros herdeiros políticos

A morte precoce de Eduardo Campos deixou um hiato de poder na família Arraes, que ocupa um espaço político relevante em Pernambuco, desde meados do século passado. Quando o clã perdeu o patriarca Miguel Arraes, em 2005, já tinha preparado seu herdeiro político, que, no ano seguinte, se elegeu governador do estado, e alcançou o auge do protagonismo este ano, com a candidatura à Presidência. Em meio ao luto, os descendentes ainda processam a perda familiar para, num segundo momento, avaliar a forma de dar prosseguimento ao projeto político de Eduardo Campos.


A aposta de pessoas ligadas à família é de que o segundo filho de Campos, o mais velho, João Henrique, de 20 anos, seja o herdeiro na tarefa de dar continuidade ao legado político familiar. No dia seguinte ao acidente, João já sinalizava a interlocutores que pretende encontrar uma forma de manter erguida a “bandeira” do pai. Mas, isso poderá não correr de forma imediata, já que João apenas ensaiava os primeiros passos na política quando sofreu a perda abrupta de seu principal modelo.


Impulsionado pelo pai, em junho deste ano, João, estudante de Engenharia na Universidade Federal de Pernambuco, chegou a ser cotado para disputar uma vaga a deputado federal. Mas, desistiu da empreitada após um mal-estar familiar: a prima de Eduardo, a vereadora Marília Arraes, acusou o então governador de Pernambuco de centralizar as decisões do partido para favorecer seu núcleo mais próximo. Nessa época, Campos tentava emplacar o filho na presidência da Juventude do PSB.
Um fator que pode retardar a entrada mais concreta de João na política, analisam políticos do PSB, é o fato de não ter passado por um processo de “imersão” ao lado do pai, a exemplo de outros herdeiros políticos. Apesar de ter acompanhado Eduardo Campos em alguns eventos e de ter ido para as ruas fazer campanha ao lado do pai, João não chegou a ter a convivência partidária e eleitoral que facilitariam a transmissão dessa herança.
O nome que sempre é citado como aquele que já tem a força e o preparo necessários para levar adiante o legado político da família é o da esposa Renata Campos. Renata começou a participar de campanhas no estado desde pequena, acompanhando seus pais. A partir de 1982, passou a integrar o grupo jovem das campanhas da Frente Popular e, de lá para cá, participou de todas as campanhas desse campo político.
Os mais próximos à família lembram que dona Renata, como era chamada pelo marido, sempre teve uma influência fundamental nas decisões de Eduardo Campos. Participava das reuniões políticas e atuava como uma espécie de conselheira para todos os assuntos. Exerceu no governo de Campos um papel que foi muito além de uma primeira-dama tradicional, com sua atuação no bastidor político e na gestão de programas ligados à cultura popular e maternidade e infância. Políticos ressaltam que ela é uma “militante” que escolheu a família.
Amigos que estiveram com Renata nos últimos dias contam que ela tem “clara noção” da responsabilidade de manter o projeto político do marido e que exercerá um papel político “mais evidente” a partir de agora. Há até mesmo aqueles que defendem um ingresso imediato de Renata no cenário eleitoral, no lugar de vice de Marina Silva. A possibilidade, porém ainda não está sendo discutida pela esposa de Campos.
Ainda que não seja membro da família, aos 43 anos, o prefeito de Recife, Geraldo Júlio, é apontado como um dos defensores do legado de Campos no estado. De perfil técnico, ingressou na política pelas mãos de Eduardo, até ser eleito pelo então governador para a prefeitura da capital. Mas, amigos do ex-governador destacam que, por não ser parente de Campos, enfrentará limitações para levar adiante o projeto político da família.


Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/brasil/morte-de-eduardo-campos-deixa-um-hiato-de-poder-no-cla-dos-arraes-13632945.html#ixzz3AcfyMWUE

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