sábado, 15 de fevereiro de 2014

Um pouco de História : Severino Cavalcanti de Albuquerque Neto

Cavalcanti: apaixonado por Vertentes e mestre em conciliar contrários


Escrever sobre filho e irmão costuma parecer cabotino. Mas é certo que, quando qualquer dia desses, alguém da cidade resolver contar a história de Vertentes, precisará lembrar um político que tinha suavidade na forma de trabalhar, carregava o nome do avô, a herança das atitudes políticas e trabalho do pai e um espírito de conciliação imenso. Cavalcanti, ou Canti, nome de Severino Cavalcanti de Albuquerque Neto, gostava de atender o povo e reunir contrários numa forma de conseguir, sempre, o melhor para o município.
Morto prematuramente aos 36 anos, em 2005, Canti nunca fez questão de acumular bens, nem morar fora de Vertentes (o que todos pensam em fazer, desde que iniciam a faculdade), pois sempre procurou uma forma diferente de levar a vida, para os padrões convencionais. Sua viagem era para dentro do município, nos povoados e entre as pessoas simples de quem gostava de ouvir histórias e saber dos problemas que os atormentavam. Vez por outra, até irritava os correligionários nas suas buscas por procurar atrair quadros da oposição que considerava competentes. Achava importante ser realizado um bom trabalho mais que tudo, em tempos em que prevalecia (e prevalece até hoje) o fisiologismo nas ações.
Cavalcanti foi uma pessoa que abarcou mais do que ninguém a famosa frase de que “divergências e ressentimentos podem caber num oceano ou num copo d’água”. Para ele, depois de passados, resentimentos poderiam caber, quando muito, num copinho de café. Também sabia estimular a militância. Tinha sensibilidade para mostrar que era importante lutar por uma causa não pela causa em si ou por cargos e favores futuros, mas por um projeto de trabalho e de crescimento.
Na vida pessoal, tinha um sorriso sempre pronto para acolher a todos e isso, desde pequeno. Não é a toa, portanto, que nas fotos de comícios e campanhas eleitorais da sua infância, muitos vertentenses possuem até hoje, imagens capturando um menino que desde cedo procurava verificar se estava tudo organizado corretamente como se fosse uma profecia: a do garoto que nasceu para administrar a cidade onde viveu e morou por quase toda a vida, tendo sido secretário municipal – quando primou pela organização, disciplina e competência nos trabalhos– e vereador.
É por todas essas qualidades que, mesmo tendo partido cedo, Canti deixou uma marca inesquecível entre os que desfrutaram da sua convivência. Temos certeza de que seus exemplos renderão bons frutos por muito tempo. E como uma das suas características era a visão positiva, se pudesse acompanhar tudo o que estivesse acontecendo hoje e visse alguém reclamando de algum gesto ou desmando, fosse em Vertentes, em algum outro local do país ou no mundo, ele pediria para ter paciência e diria que o progresso iria chegar em pouco tempo. Era assim que agia e pensava: acreditando no futuro e achando, sempre, que o melhor ainda está por vir. Para nós, Cavalcanti será sempre inesquecível.

* Ozair Cavalcanti e Hylda Cavalcanti

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