quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Prisão perpétua para esses bandidos

Polícia Federal descobre como vazou tema de redação do Enem

Candidato de Petrolina (PE) soube do tema da redação pelos pais, de Remanso (BA); a mãe dele trabalhou na aplicação do exame

24 de novembro de 2010


A Polícia Federal (PF) em Juazeiro (BA), a 502 quilômetros de Salvador, quebrou sigilos telefônicos e teve acesso a arquivos de computador para traçar o roteiro do vazamento do tema de apoio à redação do Enem, no dia 7 deste mês.

Eram cerca de 10 horas (horário local) quando a professora de Remanso (BA) Marenilde de Brito Affonso, aplicadora do exame para deficientes visuais no Colégio Ruy Barbosa, abriu a remessa de caderno de provas na presença de sete fiscais. A orientação do Inep, órgão responsável pelo Enem, era de que a conferência do material só fosse feita a cinco minutos do início do exame - às 11h55, no horário local. A checagem das provas deveria ser registrada em ata, o que não ocorreu.

No depoimento em que confessou o vazamento, Marenilde disse à PF que ligou para a casa de sua sogra e repassou ao marido, Eduardo Ferreira Affonso, o tema da redação como sendo "trabalho e escravidão". Mas o título era de um texto de apoio, pois o tema efetivo do exame era "O trabalho na construção da dignidade humana".

10h06. Eduardo começa a pesquisar sobre o assunto "trabalho e escravidão" na internet. Às 10h17, ele liga para o filho Eduardo Ferreira Affonso Júnior, de 21 anos, que faria a prova em Petrolina, no sertão do São Francisco, a 769 quilômetros de Recife. O pai explica a Júnior sobre o vazamento do tema sem contar como soube da informação.


O relógio marcava por volta de 11h quando Júnior pediu ajuda a professores do cursinho Geo Petrolina Pré-Vestibular para desenvolver a redação caso fosse sobre trabalho e escravidão. Ele disse aos docentes que o tema havia vazado em São Raimundo Nonato (PI) e ele havia sido informado. O boato se espalhou e outros candidatos recorreram aos professores de português Marcos Freire, Ramón Bandeira e Diego Alcântara.

Depois da prova, os professores deram entrevista a emissoras de rádio e televisão locais informando sobre a possibilidade de vazamento. A PF instaurou inquérito e, após dez dias de investigação, concluiu pela culpa do casal Marenilde e Eduardo. Eles foram indiciados por violação de sigilo funcional e podem ser punidos com 6 anos de prisão. O filho teve a prova cancelada pelo MEC. AE

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